A qualidade do sono pode ser um indicador ou até a causa da doença. É o que propõe um estudo realizado nos Estados Unidos, pela da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, que avaliou as respostas de mais de 6,7 mil pessoas com glaucoma com mais de 40 anos de idade a uma pesquisa sobre o sono.
O glaucoma é uma doença crônica e degenerativa do nervo óptico (estrutura que envia as imagens do olho para o cérebro), normalmente associada ao aumento da pressão intraocular. Ele provoca um estreitamento do campo visual, fazendo com que a pessoa perca progressivamente a visão periférica. Como na maioria dos casos, é assintomático, o problema pode evoluir lentamente, durante meses ou até anos, sem que o paciente perceba.
O estudo associou o glaucoma aos problemas de sono a partir das seguintes descobertas:
As pessoas que dormiam por dez ou mais horas por noite apresentaram três vezes mais chances de ter danos no nervo óptico relacionados ao glaucoma do que aquelas que dormiam sete horas por noite.
Aquelas que dormiram em nove minutos ou menos tinham duas vezes mais chances de ter glaucoma do que aquelas que levavam de 10 a 29 minutos para adormecer.
As chances de ter perdas de visão foram três vezes maiores entre as pessoas que tiveram três horas ou menos ou dez ou mais horas de sono por noite, em comparação com aquelas que dormiram sete horas por noite.
As pessoas que disseram ter dificuldade em lembrar-se das coisas devido ao excesso de sono durante o dia tinham duas vezes mais chances de ter perda de campo visual do que aquelas que disseram não sentir sono durante o dia, nem notar problemas de memória.
De acordo com os autores do estudo, já se sabia que o sono saudável é benéfico para uma boa saúde geral e, com estudos como este, é possível acrescentar que o glaucoma pode estar relacionado a problemas de saúde do sono.