A cegueira atinge 36 milhões de pessoas em todo o mundo, número que poderá triplicar em 2050, afetando sobretudo a Ásia e a África Subsariana
De acordo com as estimativas apresentadas no estudo divulgado na publicação The Lancet Global Health, em 2050 haverá quase 115 milhões de cegos (mais 79 milhões de 2015) e 588 milhões de pessoas com dificuldade de visão moderada a grave (mais 371 milhões) se os tratamentos não melhorarem. O maior número de pessoas cegas vive no sul, leste e sudoeste da Ásia, sendo que a taxa de cegueira entre idosos é mais elevada no sul da Ásia e na África Subsariana oriental e ocidental.
O estudo analisou a prevalência da cegueira e da deficiência visual em 188 países, entre 1990 e 2015, e faz projeções para 2020 e 2050. Trata-se do primeiro trabalho a incluir dados sobre a presbiopia, uma anomalia da visão mais conhecida como "vista cansada" que afeta a capacidade de ler e aparece com o envelhecimento, podendo ser corrigida com o uso de óculos.
Depois de um período em que as taxas de cegueira e de deficiência visual caíram, os números voltaram a subir à medida que a população mundial vai crescendo e envelhecendo: em 2015 havia mais 5,4 milhões de cegos e mais 57 milhões de pessoas com dificuldade de visão moderada a severa do que em 1990. Os autores do estudo alertam para a importância do investimento nos tratamentos, salientando que, entre 1990 e 2010, a prevalência da cegueira diminuiu graças aos avanços da medicina.
"Investir em tratamentos já trouxe benefícios consideráveis, incluindo a melhoria da qualidade de vida", afirma o autor principal do estudo, Rupert Bourne, da Universidade Anglia Ruskin, no Reino Unido, citado em comunicado pela The Lancet Global Health.
Fonte: Portal da Oftalmologia