Segundo a OMS, cerca de 60% dos casos no País acontecem por falta de diagnóstico no início da doença
Glaucoma,
retinopatia diabética, catarata congênita e degeneração macular
relacionada à idade são doenças que podem levar à perda de visão, caso
não sejam logo diagnosticadas. Evitáveis, elas causam 60% dos casos de
cegueira no país, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Para
o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), o tratamento precoce não é
feito nas unidades básicas de saúde, onde os pacientes são consultados
por um clínico-geral que, após avaliação, os encaminha a oftalmologista.
Passar
por outro médico antes é uma perda de tempo, e só é prejudicial ao
paciente. A doença tende a se agravar. Ele é jogado de um canto para o
outro, até conseguir agendar uma consulta ou uma operação”, opina o
diretor do CBO, Mauro Nishi. Ele acrescenta que o atendimento no Brasil é
ineficiente, apesar de ser um dos lugares com mais oftalmologistas no
mundo: um a cada 11.604 habitantes (a OMS recomenda um por 17 mil).
Para
melhorar o atendimento a quem não tem plano de saúde, Mauro sugere que
os consultórios particulares façam iniciativas para incluir as pessoas.
“Sei que é complicado mudar o modelo de atendimento nas Clínicas da
Família e postos, por já ser uma rede formada. Mas é preciso investir no
tratamento precoce”.
A
Secretaria Municipal de Saúde do Rio reiterou que cada paciente deve
procurar a unidade de referência de acordo com o endereço da residência
para o atendimento básico inicial. Se houver necessidade de exames
complementares, o profissional de saúde fará o encaminhamento a uma
policlínica ou hospital, que atuam por meio do Sistema de Regulação
(Sisreg).
Já
o Ministério da Saúde explicou que os atendimentos nas Unidades Básicas
de Saúde fazem parte da estrutura da Atenção Básica do SUS, que é capaz
de resolver “até 80% dos problemas de saúde da população”. O ministério
informou ainda que está em elaboração o Programa Mais Especialidades,
que poderá expandir as consultas especializadas, utilizando as redes
pública, filantrópica e privada.