A
utilização de óculos escuros é fundamental para blindar os olhos da
radiação solar. Indispensável em qualquer período do ano, devido à
contínua emissão dos raios solares UVA e UVB, é principalmente no verão
que o acessório não pode ser deixado de lado. Nesta época de elevadas
temperaturas a exposição ao sol é maior, por ser um momento em que
muitas pessoas estão de férias, aproveitando praias, piscinas e
ambientes abertos.
Expor-se
ao sol, sem proteção, pode causar uma série de lesões oculares. Entre
elas, as ceratites, o aparecimento de pterígio e a precocidade da
catarata.
Caracterizada
pela inflamação na córnea, primeira estrutura ocular acometida pelos
raios solares, a ceratite pode gerar desconforto, dor, fotofobia e
embaçamento visual, existindo a possibilidade do acometimento de
estruturas mais profundas como o cristalino e a retina, sendo outras
regiões dos olhos rapidamente afetadas. Sem tratamento, a ceratite pode
levar a uma queda na capacidade visual e até mesmo à perda da visão
quando associada a cicatrizes definitivas.
Já
o pterígio consiste no crescimento de uma membrana fibrovascular sobre a
córnea, avançando em direção ao centro do olho, e que pode atingir a
região sobre a pupila, ocasionando ardência, lacrimejamento, fotofobia e
a perda visual reversível. Por fim, a catarata trata-se da opacificação
do cristalino, fisiológica, mas antecipada pela exposição solar
excessiva, o que resulta na diminuição progressiva da visão e pode levar
à cegueira reversível.
Lentes de baixa qualidade oferecem riscos
Ao
comprar um par de óculos escuros, é importante verificar a qualidade
das lentes, que devem possuir um selo que atesta a proteção UV.
“Utilizar modelos de procedência duvidosa, comercializados por
ambulantes, falsificados, sem garantias e sem nota fiscal é mais crítico
do que não usar nada. Cobrir os olhos com este tipo de acessório faz
pupila dilatar, devido à baixa luminosidade, permitindo a entrada de
maior quantidade de raios nocivos. Por isso, é fundamental procurar uma
óptica de confiança para adquirir o acessório ou pedir a um
oftalmologista a indicação de um local adequado”, ressalta o Dr. Pedro
Antonio Nogueira Filho, médico do H. Olhos – Hospital de Olhos Paulista.
Outros pontos também devem ser considerados em relação às lentes:
Filtrar
entre 99% e 100% de toda a radiação UV (abaixo dos 400 nm). Se
possível, filtrar a chamada radiação azul (entre 400 e 500 nm);
Cobrir a região ao redor dos olhos, para ajudar no combate ao envelhecimento, por danos à pele e pálpebras, causados pelo sol.
Os
benefícios continuam. Além de ser uma barreira contra o vento, evitando
o ressecamento dos olhos, mais uma vantagem da utilização de óculos
escuros é o bloqueio contra poeira e partículas, que podem causar
irritação e vermelhidão.
Crianças podem e devem usar
O
que muitos pais desconhecem é que os óculos de sol também são indicados
para os filhos pequenos. “Os olhos das crianças são mais sensíveis que
os do adulto. A partir dos 3 anos de idade, quando a exposição ao sol é
maior e é possível que a criança permita o uso do equipamento de
proteção, a utilização se faz necessária, pois muitas ficam expostas à
luz solar brincando em parques, playgrounds e demais locais abertos, o
que pode acarretar em lesões a longo prazo”, complementa o Dr. Pedro
Antonio.