Além de problemas a curto e longo prazo, a privação do sono pode ocasionar sérios danos oculares.
Em
uma escala de zero a dez, você saberia dizer qual o nível de qualidade
do seu sono? Levando em consideração, é claro, o excesso de trabalho, a
correria do dia a dia, o estresse e o acúmulo de tarefas? Segundo
pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa e Orientação da Mente
(IPOM), 69% dos brasileiros avaliam seu próprio sono como ruim ou
insatisfatório, com problemas que vão desde a dificuldade para pegar no
sono até acordar diversas vezes durante a noite. Mas quais seriam,
então, os vilões causadores de um sono inadequado? E quais as
consequências que essa privação ou incompletude pode causar à saúde?
Segundo
a Consultora do Sono da Duoflex, Renata Federighi, o sono é vital à
saúde. Ele é importante para o desenvolvimento normal do cérebro e para
os processos de memória e aprendizado. No ser humano, é formado por
cinco estágios – que duram cerca de 90 minutos e se repetem durante a
noite – e divide-se em dois tipos fisiologicamente distintos, o sono
N-REM (Movimento Não Rápido dos Olhos) e o sono REM (Movimento Rápido
dos Olhos). "A interrupção ou incompletude de qualquer uma dessas fases
do sono são responsáveis pelo sono de má qualidade, que, em longo prazo,
pode prejudicar o equilíbrio do organismo e a saúde. É preciso estar
atento porque a frequência de uma má noite de sono pode significar a
presença de distúrbios, que atrapalham a qualidade de vida e o bem-estar
do indivíduo", alerta.
Mas
quais seriam os prejuízos de uma má noite de descanso? Ainda de acordo
com a especialista, em curto prazo a privação do sono pode causar dores
no corpo, cansaço e sonolência durante o dia, irritabilidade, alterações
repentinas de humor, perda da memória de fatos recentes,
comprometimento da criatividade, redução da capacidade de planejar e
executar, lentidão do raciocínio, desatenção e dificuldade de
concentração. "Em longo prazo, falta de vigor físico, envelhecimento
precoce, diminuição do tônus muscular, comprometimento do sistema
imunológico, tendência a desenvolver obesidade, diabetes, doenças
cardiovasculares e gastrointestinais e perda crônica da memória, estão
entre os distúrbios adquiridos", elenca.
Além
dessas complicações, a privação do sono também aumenta o risco de
cansaço ocular. Ficar um longo tempo com os olhos abertos e passar
noites em claro, afeta temporariamente a superfície ocular e a
musculatura responsável para "focar" objetos, podendo causar sintomas de
cansaço ocular como dores de cabeça, ardência, olho vermelho,
lacrimejamento e oscilação da visão. Outro fator relevante para quem
dorme mal é a facilidade de contrair conjuntivites infectocontagios ou
irritativas ao longo do ano. "Isto porque os distúrbios do sono
comprometem as células protetoras da superfície ocular, a flora
bacteriana e a imunidade, ou seja, compromete a capacidade natural do
nosso organismo de combater infecções e reagir frente a às agressões
externas ambientais", explica o oftalmologista Richard Yudi Hida.
Insônia
Segundo
a Organização Mundial da Saúde (OMS), os distúrbios do sono atingem 4
em cada 10 pessoas em todo o mundo. Essas noites mal dormidas geram
consequências aos olhos e à visão, além de deixarem as pessoas com pouco
ânimo para enfrentar os desafios da vida e dificuldade de concentração.
Um
dos distúrbios que atinge grande parte da população, que é a insônia,
também provoca olhos vermelhos, ardência e ressecamento da córnea.
"Casos crônicos ou constantes de insônia podem gerar prejuízos mais
graves, já que o ressecamento contínuo da córnea leva à formação de
microerosões na superfície ocular, podendo formar cicatrizes de úlceras
ou inflamações repetitivas", alerta Hida.
Fonte: domtotal