MANOEL MOURA REZENZE FILHO

Há 58 anos o médico Manoel Moura Rezende Filho exerce com dedicação, ética e rigor científico a atividade - que ele classifica como uma missão – de oftalmologista. Desde 1943, quando instalou em Maceió seu primeiro consultório na rua Boa Vista, 394, Moura Rezende inscreveu definitivamente o seu nome na história da medicina alagoana, também praticando a Otorrinolaringologia.
Por longos trinta e cinco anos, Moura Rezende operou regularmente na Santa Casa de Misericórdia de Maceió. Até 1978 trabalhou no Hospital de Pronto Socorro, sob o comando do também Oftalmologista Hiram Monte, tanto no antigo endereço à rua Dias Cabral como na atual unidade, localizada à Avenida Siqueira Campos. Anos antes em 1955, doze anos após ter desembarcado em Maceió, Moura Rezende foi aprovado em primeiro lugar no concurso público para o antigo IAPC (que funcionava no edifício Ary Pitombo, à praça dos Palmares), onde se aposentou como oculista, no final da década de 70.
Para esse paraibano nascido em 1917, no município de Guarabira, filho de pai agricultor, estudar no curso médio e frequentar a Faculdade de Medicina do Recife, foi um caminho marcado por dificuldades e um enorme desejo de vencer. Integrando uma família de oito irmãos, apenas Mário Moura Rezende (que cursou Direito e foi Desembargador na Paraíba) e ele, conseguiram concluir um curso superior. Nas bancas escolares de Recife, Moura Rezende conheceu e se tornou amigo de inúmeros alagoanos que se formaram em Medicina, como Vitória Pontes de Miranda, Duerno Wanderley, José Teixeira Neto, José Nobre e Aldemar Castro. Colou grau no ano de 1940.
Quando chegou em Maceió, com 24 anos, já atuavam na especialidade os médicos Aristóteles Calazans Simões, José Lyra, Joaquim Neves Pinto, oceano Carleial e Olavo Omena. Em 1942, um ano após a sua chegada, ele passou a trabalhar na clínica oftalmológica dirigida por Neves Pinto, “uma pessoa muito preparada e que me abriu as portas logo de primeira”.
Ressalte-se que, antes de vir clinicarem Maceió, Moura Rezende atuou em João Pessoa, no Hospital Santa Isabel, e manteve consultório na rua Guedes Pereira, por quase três anos.
Ao longo de sua jornada alagoana, Moura Rezende exerceu também a chefia do serviço de Olhos do Hospital dos Usineiros, durante quatorze anos, nas décadas de 50/60, tendo como sucessor o médico Everaldo Lemos. No período de 1960 a 1969, desempenhou a cátedra universitária na UFAL, na cadeira de oftalmologia, sucedendo o professor Aristóteles Simões.
Casado durante 53 anos com Marina Soares Moura Rezende, tiveram oito filhos, sendo quatro médicos, uma psicóloga, uma supervisora escolar e dois e dois engenheiros.
Em outubro de 2007, Moura Rezende faleceu deixando muita saudade  e uma admirável história de muitos anos bem vividos. O oftalmologista acompanhou de perto toda a evolução da especialidade em Alagoas, assim como os avanços que a ciência concretizou na área, desde a antiga prática da cirurgia pela pinça capsular e a crio-extração na operação por catarata, até a cirurgia com implante da lente intraocular.
Por mais de meio século Moura Rezende tornou-se uma figura marcante na medicina do Estado, alcançando o reconhecimento dos colegas, o respeito e a admiração dos clientes, inscrevendo uma página brilhante na atividade médica e no magistério superior de Alagoas.