OLAVO UCHOA DE OMENA (1919-1980)

Um médico dedicado à profissão e que soube, como poucos, valorizar os aspectos profissionais e sociais da sociedade na época em que viveu. Nascido em Maceió em 19 de agosto de 1919, Olavo era filho de uma família tradicional ligada à aristocracia açucareira. Ildefonso de Prado de Omena, seu pai, comerciava açúcar em um armazém no bairro do Jaraguá.
Dos cinco irmãos apenas Olavo dedicou-se à medicina, já que os demais atuaram na agro-indústria-açucareira. Cursou o ensino secundário no Lyceu Alagoano e em 1930 prestou vestibular em Salvador, sendo aprovado na Faculdade de Medicina da Bahia, a primeira a funcionar no país. Juntamente com ele foram aprovados para o mesmo curso superior, os alagoanos Ib Gatto Falcão e Eduardo Ferreira Santos Machado. Ainda como estudante de Medicina, Olavo Omena estagiou na Clínica do Professor Cesário Andrade, cearense que se notabilizou tanto na medicina como na educação. Uma sólida amizade uniu os alagoanos no convívio universitário, e cinco anos depois, no dia 5 de dezembro de 1935, os novos médicos colavam grau na capital baiana.
Regressando a Maceió, Olavo Omena instalou seu primeiro consultório na rua Dois de dezembro no início de 1936. Logo depois foi aprovado em concurso e contratado para trabalhar na Caixa de Aposentadorias e Pensões de Serviços Públicos Urbanos de Concessão AL/PE. Posteriormente foi contratado pelo Instituto dos Funcionários Públicos, à época funcionando na praça Dom Pedro II.
No final da década de 1930 a especialização oftalmológica ainda engatinhava e quem exercia oftalmologia também clinicava em Otorrinolaringologia. Era o que acontecia com Olavo e também com seus contemporâneos, Joaquim Neves Pinto e José Lyra.
Em 30 de Janeiro de 1940, Olavo Omena casou-se com Amélia Barbosa, carinhosamente conhecida como Melina, tendo essa estável união permanecido ao longo de quarenta anos.
Anos depois, Olavo ingressou na Previdência Social como médico, e aposentou-se por esse instituto em 1973.
Olavo Omena também incursionou pela política alagoana, sendo eleito deputado estadual em 1951, cumprindo seu primeiro e único mandato quando Alagoas era governada por Arnon de Mello. Com uma base eleitoral fortalecida pelo apoio da família, baseada nos municípios de Murici e Fleixeiras, foi possível ao jovem estreante na política obter expressiva votação e se eleger para o Poder Legislativo. Na Assembleia Estadual ocupou logo no início da 2ª Legislatura (1951-1954) a presidência da Casa Tavares Bastos. Vários médicos também foram eleitos para o mesmo mandato, entre eles Lourival de Mello Mota, Francisco Arlindo Gomes Ferreira, Sizenando Nabuco, Oceano Carleal e Remy Maia. Como presidente da Assembleia, Olavo Omena permaneceu até 21 de dezembro de 1953, realizando 172 sessões ordinárias, 28 extraordinárias, uma preparatória e uma solene.
Até um ano antes de falecer, em 19 de julho de 1980, Olavo Omena ainda clinicava no seu consultório na rua do sol. Depois de longa enfermidade, aos 71 anos, o notável alagoano deixou o convívio de seus familiares e amigos e se perpetuou para a história da medicina em nosso Estado.